Presença fenícia em Minas Gerais. Lenda ou realidade?

30/06/2010 17:22

O CIPFANI realizou uma expedição ao sítio arqueológico de Carmópolis de Minas, no distrito de Japão Grande, centro-oeste de Minas Gerais. Com o objetivo de conhecer, e averiguar a possível relação das inscrições encontradas na região com os fenícios(1). Este estudo, foi motivado pelo amigo e escritor Pablo Villarrubia Mauso, autor de "Mistérios no Brasil".  Pablo esteve na região juntamente com  outros pesquisadores em 1999, e fez importantes estudos sobre as inscrições.

 

Presença fenícia em Minas Gerais?
Pablo Villarrubia em contatos por e-mails disse que não há qualquer relação entre as gravuras de Carmópolis com a cultura fenícia. Entretanto, faz uma observação de que as mesmas são bem parecidas com sinais que foram descobertos no sul da península Ibéria (Espanha e Portugal) em épocas que remontam há mais de 4.000 anos. Diz que continua os seus estudos na Espanha, e que se houver dados importantes, estes serão divulgados.
Seguindo a trilha de Pablo, o CIPFANI realizou na semana de carnaval, uma pequena expedição até o sítio arqueológico situado em Carmópolis de Minas, no centro-oeste mineiro, a 110 km da capital, Belo Horizonte, assessorado pelo pesquisador Gilberto Barbosa.

 

Fenícios ou Pataxós? Realizamos os procedimentos de coleta de informações e cópia das inscrições. Fotos, montagens de gabaritos, medições e registros em vídeo. Tudo isso sob um sol de desanimar qualquer cristão. Mas a nossa satisfação por estar pesquisando e coletando dados sobre a presença de povos antigos era muito grande. A pedra na qual estão as inscrições em baixo relevo, já apresenta fortes sinais de desgaste.

 

As inscrições ocupam uma área de 2,5m², e as gravuras são em sua maioria círculos, cruzes e curvas. Há realmente uma semelhança com outras inscrições, mas isso é um fato perfeitamente aceitável, pois círculos e cruzes são registrados em várias partes do planeta, e nem todas são de origem fenícia.Ou sejam, são "símbolos universais".
A associação dos símbolos encontrados em Carmópolis com a cultura fenícia, nada mais é do que um reflexo de outras absurdas teorias, tais como a da "Pedra da Gávea". Até mesmo Erich von Däniken, autor de "Eram os deuses astronautas?", realizou uma visita ao local, seduzido pelas hipóteses extraordinárias de que a mesma abrigava tumbas de extraterrestres e até mesmo uma aeronave intacta.

 

As inscrições encontradas na Pedra da Gávea, reproduzidas no livro "O Ouro dos Deuses" de Erich von Däniken (Melhoramentos) apresenta características semelhantes aos símbolos universais. A foto acima foi batida por Eduardo Chaves, que descobriu e difundiu a hipótese de que a Pedra da Gávea é uma "esfinge" artificial. 
A febre em torno dos fenícios é antiga, e até hoje nada de concreto foi revelado. Devemos encarar a realidade, e dar créditos aos povos antigos, que habitavam a região. As inscrições encontradas em Carmópolis, assim como fragmentos de cerâmica, serão estudados e assim que maiores dados forem conseguidos, iremos publicar uma matéria mais extensa em nosso site. E caso os leitores, que saibam de algum sítio arqueológico, que ainda não foi estudado, por favor entre em contato com o CIPFANI. e-mail: werner@task.com.br